quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

No meio de uma reforma


Há alguns dias aceitamos o desafio de entrar numa reforma aqui em casa. Sabíamos dos desafios de ter que relocar os móveis, do aperto dentro de um "aperto" que é o "apertamento", do que iríamos gastar, à princípio, mas que duraria no máximo 2 dias e, pensando no resultado, valeria a pena.

Começamos no sábado passado e de dois dias já estamos no quinto dia de muita poeira, cansaço, quase um tédio, porque em reforma não há muito o que fazer. E se escolhemos ficar em casa durante a reforma, para acompanhar tudo de perto, não há mesmo muito o que fazer, senão esperar e confiar que a obra irá terminar e, logo as coisas irão se ajustar, com uma outra roupagem, com um piso mais belo e mais forte.


 Quebrado o antigo piso, o pedreiro descobriu várias imperfeições no contrapiso (que outrora foi feito apenas com areia e umas ppm's - partículas por milhões de cimento) e para garantir uma obra perfeita teríamos que refazer tudo. Foi o que fizemos. Como moramos no 1º andar, a dificuldade foi maior e tive que ajudar o pedreiro. Foram baldes e mais baldes de areia e de massa pronta. "Ô trampo pesado" rs. Vou sair desta obra valorizando duplamente o trabalho do pedreiro...eita trabalho sofrido...deveriam ganhar muito, muito mais!! Findada esta parte, pensamos: Ufa! Agora é a parte boa: assentar os pisos. E qual foi o engano, na verdade colocar as pedras de porcelanato dá um trabalho... tem que ficar tudo perfeito e esperar a argamassa fixar nas pedras.

Quando penso em reforma me lembro do povo de Israel, que foi tirado do Egito, aquele cenário de servidão, sob uma promessa de dias melhores, de uma terra fértil, a nova Canaã. O povo foi ousado e encarou o desafio da fuga, eles sabiam que o deserto não era fácil, tampouco confortável, mas não sabiam que estariam sendo submetidos a uma "reforma" de "40" anos. Ali, Deus estariam tratando com eles, purificando-os, mudando os costumes e filtrando os que realmente estavam preparados para o melhor. Foi ali que vimos um povo ingrato, revelando seus piores desejos e imperfeições, sua ingratidão, deslealdade e incredulidade. Foi no deserto que eles receberam tantas bênçãos, se tornaram mais dependentes de Deus, porque ali não lhes restava outra coisa senão confiar. Voltar para o Egito seria uma vergonha, um risco e no mínimo uma burrice, após tanto investimento e tantas demonstrações da bondade de Deus. Falando em bondade, eu nunca vi em outro momento da Biblia, Deus se revelando com tantos prodígios como no deserto. Ali uma nuvem melhorava o clima, à noite uma coluna de fogo aquecia o povo, tinha comida que caía do céu...Ali, de fato eles só precisavam sentar e esperar "cair" do céu...Deus os mostrava o quanto precisamos apenas ESPERAR E CONFIAR NELE.

De fato, existem coisas que são de nossa competência, inclusive trabalhar para comer, mas ali no deserto eles só tinham areia, pó, serpente e pedras. E era justamente neste momento que Deus era o oásis deles.

O mundo de hoje, apesar dos dias bons, das paisagens, dos momentos de prazeres, é um cenário árido, mas também é uma escola, um cenário de aprendizado, de reforma. Tudo o que Deus quer é que neste mundo saibamos confiar Nele, descansar Nele, se relacionar com Ele, e sempre crer que a boa obra será concluída, mesmo que durante a nossa jornada de reforma tenhamos que ouvir o barulho "insuportável" da maquita, da marreta, da poeira, da sujeira, da bagunça, e da sensação de tédio, veremos a obra completa. Um dia alcançaremos a estatura de "varões" perfeitos.


Por enquanto, peço que o Senhor me dê paciência, perseverança, me mostre a Sua vontade ou me ajude a suportar estes dias com a certeza de que estou cumprindo a vontade Dele.



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