quinta-feira, 14 de março de 2013

Melhor é dar do que receber.

Há alguns dias tenho meditado no texto de Lucas 14, mais especificamente do 12 ao 24, e mais uma vez fui confrontado com uma realidade "dura" para os padrões humanos.

O padrão humano é: dar para receber. Amar e ser amado. Quando não há reciprocidade em nossos relacionamentos, abrimos mão dele. Se não somos amados na proporção em que amamos, deixamos de amar.

O problema não está em desejar a reciprocidade. Isso é normal e desejável. Deus deseja que nós o amemos. A troca no relacionamento é importante. O problema é quando condicionamos nosso comportamento ao retorno, a recompensa. Para ser mais claro Deus nos AMA, independente de nós o amarmos. Não é um amor condicional. Independe da reciprocidade, entende? Eis o segredo. Deus não consegue não ser amor. Ele é amor. Deus é justo, e sempre justo. Fiel, sempre fiel, independente da nossa infidelidade.

Deus não nos convida nos versos supracitados de Lucas a um comportamento masoquista, pelo contrário, ele nos desafia a agir honestamente conforme a natureza do seu Espírito, e em justiça, promete nos recompensar sobremaneira.

Aquele "muito obrigado", aquele "presente aguardado", aquele convite, aquela honra, tão aguardado por nós quando fazemos o bem precisa ceder lugar ao sentimento de privilégio de podermos amar, servir, ajudar, honrar, simplismente.

Mas e a reciprocidade?? Bem, ela não pode ser o motivo da nossa atitude, mas certamente virá. Virá porque, como falei acima, Deus é justo e ama recompensar os seus. O que precisamos é estar prontos para sermos luz, sal, para aqueles que não nos dará a devida recompensa. Então, o PAI que é justo, nos recompensará de uma forma singular.

Feliz é aquele que faz qualquer coisa por aqueles que não tem condições de recompensá-lo, porque a recompensa virá do próprio Deus no Grande Dia. É o que Jesus disse em outras palavras.

Se você se sente humilhado, desprezado, injustiçado, você deveria ficar feliz, porque Deus (na sua generosidade e grandeza) irá recompensá-lo naquele Grande Dia.

terça-feira, 12 de março de 2013

O circo e a vida cristã

Todos prontos para a primeira sessão do circo num domingo quente em Camaçari. O espetáculo começa e a platéia aguardava ansiosa e atenta.

A apresentação dos artistas circenses explora aquilo que capta o olhar do público, o que o emociona. Isto é notoriamente obtido através da perfeição e da superação do corpo humano. Vejamos: O que impressiona na apresentação do "mágico"? Sua habilidade no ilusionismo.E o malabarista? Sua excelente coordenação motora, sua agilidade. O que atrai o olhar para o palhaço é a sua capacidade para interpretar, criar um cenário do "nada" e proporcionar a alegria esperada. O contorcionista impressiona com a habilidade de movimentar o corpo de forma singular, extraordinária. O equilibrista traz o desafio, a tensão, a coragem, o equilíbrio emocional e corporal diante da circunstância apresentada...isso atrai o olhar das pessoas.
Todos estes artistas cooperam para atrair o olhar daquela multidão usando a "superação" para a "perfeição".





Com um cenário bem distante, diferente e cruel, me lembro dos circos romanos. Uma multidão atônita com uma cena incomum: cristãos reagindo de forma inesperada diante da morte. Era uma circunstância para arrancar dos cristãos o choro, o desespero...mas do contrário, o que a plateia e os carrascos presenciavam era um alegria, uma paz que excedia o entendimento de qualquer um. Isso fazia e faz toda a diferença. O que é COMUM, o que é FÁCIL, ESPERADO não mostra a diferença entre o que serve ou não a Deus. Rir com uma vida próspera, amar a quem nos ama é uma tarefa que qualquer um bem educado pode fazer, ser grato e louvar a Deus no momento mais alegre é fácil para o mundo.

 Um movimento fácil, uma piada conhecida não arranca suspiro de ninguém.

No domingo, assistindo ao espetáculo percebi como o público reagia com apatia diante de uma cena comum, mas também como reagia com emoção, agitado, quando diante de uma cena inesperada, inacreditável, que revelava aqueles artistas como seres perfeitos. E quanta apresentação sensacional! Os "caras" são excelentes no que se propõem a fazer!!


Olha esta cena acima, à esquerda.  Que cena bem planejada.

Os artistas circenses merecem nossos aplausos. Meus aplausos e parabéns aos artistas do circo Marcos Frota. Não que sejam perfeitos, mas buscam a perfeição, trabalham com todo o foco na perfeição. Aprendo que quanto maior o desafio, maior a chance de arrancar aplausos do "público". E esta cena abaixo, que legal a atuação do equilibrista...muito bom!!

Mas a vida não é feita apenas de acertos. Houve cenas em que alguns artistas falharam e o público que esperava tenso pela perfeição silenciava frustrado. É certo que muitos estavam preparados para notar qualquer erro, mas no "fundo" eles desejavam ser surpreendidos pela perfeição. É isto que seduz de forma positiva. A perfeição, entretanto, não pode ser banalizada, mas sempre reconhecida e desejada. Quando isto ocorre, a fraqueza se justifica. Quando o artista falhou pensei logo como poderia ter sido mais interessante realizar o ato com perfeição. Então voltamos a ter interesse na perfeição.


"Toda a criação aguarda ansiosa pela manifestação dos filhos de Deus." Romanos 8:19.  Todos aguardam pela manifestação dos filhos de um Deus alegre, criativo, sábio, justo, paciente, fiel...que não falha.


Por fim, me chama a atenção o amor destes artistas circenses por aquilo que eles fazem. Este amor os leva a abandonar o conforto de suas casas. Eles trocam muitas certezas em busca de algo mais nobre: a satisfação de alegrar o outro. Trata-se, creio eu, do desejo de alegrar-se enquanto liberam bons risos do próximo. Eles recebem enquanto liberam.

Deus nos aperfeiçoe.

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